sábado, 31 de outubro de 2015

Triângulos de emergência/sinalizadores de segurança anos 60 e 70

Os triângulos de segurança passaram a ser item obrigatório à partir de julho/1968, antes disso, ou eram adquiridos em lojas do ramo ou vinham de presente como cortesia das concessionárias na aquisição de auto novo. Algumas revendas autorizadas inclusive disponibilizavam de triângulos de segurança à venda, e em sua maioria, em metal com faixas refletivas coladas em sua superfície antes da nova lei. A marca que dominou o cenário nos anos 60 foi da Metalúrgica com mesmo nome, a Indústria Petracco Nicoli S/A, que tinha sedes na Av. do Estado 5200, fábrica na Rua dos Alpes 124 e outra loja também na Rua Florêncio de Abreu 180 todas em São paulo - SP. A metalúrgica fabricava muitos itens para montadoras da época, e para a linha Volks, os brasões de capô e os triângulos de segurança.



Segue abaixo a propaganda sinalizando a nova lei que era:  Decreto Nº 62.127 de 1968, prevendo que até o dia 30 de junho de 1968, não será exigido o uso dos equipamentos obrigatórios previstos neste Regulamento, mas não reclamados pela legislação anterior, bem como do dispositivo de que cuida o seu artigo de número 101. Logo porém, a Resolução CONATRAN de Nº 388, de 20 de março de 1968, que passou a vigorar à partir de 1º de julho de 1968, regulamentou características técnicas envolvendo o triângulo de segurança como, visibilidade mínima (alcance mínimo de visibilidade noturna de 150 m e reflexibilidade diurna de 120 m), material de fabricação (não sujeito à deterioração por intempéries) e dimensões (triângulo equilátero com lado externo igual a 45 cm; largura mínima das abas 6 cm e área refletora de cor vermelha, com largura mínima de 5 cm, ocupando todo o comprimento dos seus lados).


A Petracco Nicoli entre seus itens de produção, fabricava placas automotivas de registro. Ao contrário do que se pensa, as placas de veículos refletivas, não são uma novidade de hoje, pois naquela época a Petracco Nicoli já disponibilizava destas para venda.



Era produzido em chapa zincada anti ferrugem e recebia a pintura e adesivos refletivos...



Abaixo o selo de conformidade emitido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas e aprovado pelo Departamento Estadual de trânsito seguido do ano, datado de 69...






Abaixo o triângulo guardado em sua embalagem original...


A Petracco Nicoli produziu os triângulos e demais itens de metalurgia para quase todos os carros nacionais da época, e no caso da linha Volkswagen, entre outras peças, era a única autorizada a estampar o emblema/brasão Paulistarum Terra Mater...


No detalhe, a letra B de Brasil, bem no meio a logomarca VW e abaixo a gravação da Petracco Nicoli no detalhe...



Em meados de 68 chegavam as marcas Polimatic e Bianco Savino, com seus triângulos em material mais leve, plástico, e com olhos de gato refletivos substituindo as faixas dos triângulos metálicos, e de acordo com a nova lei já saindo de fábrica nos veículos como item obrigatório.


 Abaixo segue o detalhe  do registro de inspeção do I.P.T (Intituto de Pesquisas Tecnológicas) com o número do processo e o ano do mesmo. 

O estojo da Polimatic era o mais robusto e belo de todos os modelos de triângulo, e vinha nas cores marrom e preta, de acordo com o interior do veículo

 






terça-feira, 27 de outubro de 2015

Calota Volkswagen Baby Moon acessório de época.

Bueno, sempre digo aos meus amigos que tenho sorte na busca por acessórios, pois quando penso em um acessório de época, logo e ele se "materializa", seja por anúncio, seja por colega oferecendo o tal produto. Mês passado vi um fusca em um vídeo nipônico com rodas montadas com calotas baby moon, e logo pensei: bem que poderia existir baby moon com o logo VW, e aí adivinha o que me aparece?





Ambas em bom estado ...


em breve largo fotos com elas instaladas...




sábado, 19 de setembro de 2015

Break Light - luz de freio/stop MSR.

Nos anos 60 até 1971 poderia ser encontrado em boas casas do ramo o brake light (sinal de stop) MSR.
Nada mais que uma 3ª luz de freio que era colocada sob a placa traseira dos Volkswagen. Era fabricado por uma metalúrgica de São Paulo e era denominado MOLDU - STOP - RÉ, que provinha da referência ao próprio objeto: moldura de stop e de ré.
Adquiri um exemplar que contém apenas a iluminação de freio nas três lâmpadas da moldura, mas há conhecimento de que havia modelos com as duas lâmpadas da extremidade que tinha duas de suas três lentes transparentes que serviam também como luz de ré. O raro acessório era fabricado em aço com três lâmpadas muito fortes (lâmpadas torpedo), tinha a carcaça em aço cromado, lentes em acrílico de qualidade e vinha com suporte para fixação no suporte de placa dispensando os indesejáveis furos na tampa do motor, além de uma guarnição de borracha para evitar a possibilidade de ruídos e danos na tampa do motor. Enfim, era um acessório bem bacana, e que hoje termino sua restauração para sua breve instalação no carro. 

 Foto da peça quando chegou...



Parte traseira com o suporte original para a fixação...

Detalhe do nome impresso em alto relevo na guarnição: MOLDU - STOP - RÉ.



 Recebeu uma breve limpeza e já foi para o ensaio de "como ficará" no devido local...

 Particularmente achei de gosto duvidoso, mas como gosto muito de acessório de época, a utilizarei...
  
  

Peça desmontada, foi limpa, tratada com anti ferrugem P.C.F, e pintada internamente com a cor prata intenso para um melhor reflexo da iluminação... 

As lentes foram devidamente lavadas em água morna com bastante sabão neutro e depois lixadas com lixa d'água grão 600 para tirar os riscos maiores e depois uma lixa 1200 para acabamento e ainda, depois polidas com massa número 02 para ficarem novamente com aspecto de novas (deve-se ter cuidado ao lixar para não tocar nos letreiros em alto relevo da peça, para não perdê-los).

Ao desmontar o break light, observei que havia uma certa quantidade de terra muito fina (poeira mesmo), claro que devido ao pó de anos de uso e sabe lá por qual percursos andou esta peça (isto que é o fascinante na restauração). Logo percebi que não havia borracha vedante nas lentes, que eu improvisei com uma fita para alta tensão da 3M que tem uma espessura maior e emborrachada, ficou ótimo.
 


 Perspectiva da parte inferior da peça..

 Perspectiva frontal, já polida e montada...


 Legal né, por hora é isto pessoal.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Conjunto de travas com segredo Rob Gran Turismo/VW

Conforme havia prometido aqui está a peça que fecha o conjunto das travas Rob Gran Turismo com segredo. Curiosamente havia adquirido uma trava de freio de mão de mesma marca, porém veio com o logo da VW no lugar do logo da Rob (abaixo). 


Acharia muito difícil encontrar a trava de câmbio da mesma marca, e outro dia em uma rede social, um amigo colocou "em check" a originalidade da marca. Logo em seguida, um senhor, através do blog, entrou em contato comigo e disse: 

__"Você está certo meu jovem, trata-se de uma trava Rob, eu tenho a trava de câmbio que fecha o conjunto, e detalhe, também com o logo VW no lugar do logo da Rob, idêntico a esta tua peça."

Portanto aí está, fechado o conjunto. Segue as fotos das peças, agora juntas, mais uma da série: este ninguém tem!






domingo, 5 de julho de 2015

Seletor de chave geral com segredo numérico

Desde sempre que se fala em automóveis, o assunto anti-furto, tem sido uma constante nas rodas de conversa e discussões. Hoje a tecnologia tem avançado bastante no sentido de criar mecanismos cada vez mais modernos para alarmes e sistemas de bloqueios veiculares, inclusive via satélite com os rastreadores GPS, dando a posição quase que exata do veículo. Antigamente também havia esta preocupação, mas tudo em ordem de época com os recursos disponíveis em seu tempo, entre cadeados com chaves, cadeados com segredo e suas enormes correntes, trancas de câmbio, trancas de pedais, trancas de freio de mão, e chave geral com segredo.






Tratava-se de um difusor que era colocado sob o painel, ou em outro local de preferência do proprietário, com três combinações numéricas que possibilitavam a partida do veículo, somente com a sequência pré programada. Para a época, era muito útil e certamente foi a precursora das chaves de corte de corrente atuais, bem mais simples que existe por aí. Esta peça é de meu amigo Maurício Silva (Novo Hamburgo RS)! Segue as propagandas de época do produto:


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Comemoração do dia mundial do fusca - História da Data.

Comemoração do Dia Mundial do Fusca 

Alexander Gromow (então presidente do Fusca Clube do Brasil) teve a idéia e trabalhou no sentido de lançá-la mundialmente. Tanto por cartas, como através de boletim informativo do Fusca Clube, por onde ele divulgou a idéia e harmonizou a escolha da data. Acabou prevalecendo o dia 22 de junho, data que em 1934 foi assinado o contrato que deu início ao desenvolvimento do Fusca por Ferdinand Porsche. Detalhes podem ser vistos na Declaração de Bad Camberg, que foi autenticada com as assinaturas do Dr. Bernd Wiersch, curador do Auto Museum Volkswagen, do Sr. Heinz Willy Lottermann, grande colecionador de Fuscas antigos e promotor dos eventos de Bad Camberg (falecido em 2000) e do próprio Alexander Gromow como idealizador desta data comemorativa.
Declaração de Bad Camberg foi distribuída, no dia 24 de junho de 1995, em três idiomas aos presentes na noite de confraternização do evento, eles vieram dos cinco continentes. Hoje esta declaração consta de vários sites da Internet, amplamente abertos e tendo sido traduzida para vários idiomas, inclusive: FrancêsGrego,JaponêsChinês

Depois de alguns anos a comemoração passou a ser uma homenagem especial: "Drive your VW Beetle to Work Day"; que quer dizer: "Dia de ir com seu Fusca para o trabalho" (evento que, por exemplo, nos Estados Unidos tem o aval da revista Volkswagen Trends). É uma maneira democrática de comemorar o Dia Mundial do Fusca, indo de Fusca para o Trabalho, colocando a besourada na rua. Isto ocorre de maneira independente de eventos que são realizados nos fins de semana próximos por vários clubes ao redor do mundo.
Como alguns irão tirar os seus Fuscas da garagem e outros já usam o Fusca em seu dia a dia surge a necessidade de divulgar para os demais que no dia 22 de junho, aqueles carros fazem parte de um evento internacional de homenagem do Fusca. 


Para tanto foi preparado um cartaz em formato A4 na posição paisagem para que seja divulgado entre os Fuscamaníacos para que eles sejam colocados nas janelas laterais traseiras comemorando este grande dia! Basta baixar o arquivo em Word e imprimir duas cópias. Com um pouco de fita adesiva o seu Fusca estará devidamente identificado fazendo parte deste grupo global de simpatizantes deste querido caro.

Participe você também e ajude a divulgar este material - é por uma boa causa - O Fusca merece!
A união faz a força...

Abaixo a carta supra citada:

22 de Junho - DIA MUNDIAL DO FUSCA

A partir de 1995, todos os dias 22 de junho seguintes passarão a ser o "DIA MUNDIAL DO FUSCA", uma data para se comemorar este querido, simpático e útil carro.

Por que o dia 22 de junho? 
Sim, pois nesta data, no ano de 1934, foi assinado o contrato entre a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã e o Dr. Ferdinand Porsche. Segundo este contrato a Eng. h.c. Ferdinand Porsche GmbH deveria desenvolver o Volkswagen e apresentar o primeiro protótipo em 10 meses a partir desta data. Foi o dia que deu início à vitoriosa saga do FUSCA, o dia em que tudo começou.
Como será uma data mundial, a mesma deve levar em consideração as condições climáticas da Terra. O clima de junho é conveniente no hemisfério norte e é agradável na maior parte do hemisfério sul. Isto fala a favor do dia 22 de junho.

O que se pretende com esta data? 
Ter um dia de referência para comemorar o carro mais vendido do mundo, o carro que foi eleito o Carro do Século e o carro que foi eleito por seus milhões de admiradores para ser o seu objeto de estimação.

Por que este dia está sendo lançado no 5º Encontro Internacional de VW Antigos de Bad Camberg? 
Todos que comparecem a este evento e todos que, mesmo não comparecendo, tomam conhecimento do mesmo, sabem da sua importância no cenário mundial dos admiradores do FUSCA. É sem dúvida alguma um dos expoentes mundiais no que se refere a Volkswagens antigos e especiais. Participam nele fãs do FUSCA de
todo o mundo. Revistas dos quatro cantos da terra publicam artigos sobre este evento. Todos estes fatores indicam o evento de Bad Camberg como cenário ideal para o lançamento do "DIA MUNDIAL DO FUSCA"! Esta não será uma data formal. Não necessitará da homologação das autoridades. Será sim um dia de recordação para lembrar a todos sobre o carro que á a razão de ser de nosso hobby. A sua aprovação e apoio são suficientes para tornar este dia uma realidade.

Assinaram em seus respectivos cargos na época:

Dr. Bernd Wiersch
AutoMuseum Volkswagen Wolfsburg

Sr. H.W. Lottermann
Organizador do Evento Bad Camberg

Alexander Gromow
Presidente do FUSCA CLUBE do BRASIL





Fonte: Fuscabrasil.net e AVC - Argentina Volkswagen Club.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Morre o designer da VW Brasil, criador da SP-2 e Brasília entre outros, Sr. MÁRCIO PIANCASTELLI

Morreu na tarde dessa quinta-feira (18/6), aos 79 anos, o designer automotivo Márcio Piancastelli, autor das linhas do SP-1 2 e da Brasília, entre outros carros de sucesso da Volkswagen. Piancastelli também fez o primeiro desenho do Gol (abaixo), projetado em 1978 e recusado pela matriz na Alemanha, que queria um carro baseado nos traços do Scirocco.


A HISTÓRIA
Márcio Lima Piancastelli nasceu em Belo Horizonte (MG) em 1936. Em 1962, ao 26 anos, criou o cupê Itapuan para participar do Concurso de design, o Prêmio Lucio Meira, onde os jurados eram nada menos do que Giuseppe Farina, Luigi Segre, Mario Fissore e Brooks Stevens. Ficou em segundo lugar ganhando uma bolsa de estudos para passar mais de um ano no ateliê Ghia em Turim. Largou tudo e desistiu de prestar vestibular para aquitetura. Durante seu estágio em Turim, criou o Piant GT 1963, abaixo:


Quando voltou ao Brasil, foi contratado pela Willys-Overland do Brasil, que desenvolvia o "Projeto M", coordenado por José Maria Ramis Melquizo, Roberto Araújo e Valter Brito. Era um sedã médio baseado na inédita plataforma da Renault que daria origem ao Renault 12 na França. Piancastelli participou também da equipe que executou a reestilização total do Aero Willys, baseado em um vetuso modelo norte-americano de 1952.

Em 1967,  a Willys foi comprada pela Ford, e o "Projeto M" acabou por se tornar um dos carros de maior êxito na história do Brasil: o Corcel. Porém, Piancastelli preferiu tomar o rumo da Volkswagen.

Infelizmente, na VW as coisas eram diferentes, e não havia muito o que fazer já que Friedrich Schultz-Wenk (presidente da VW do Brasil entre 1953 e 1969) sempre buscava tudo pronto de fora. Com a morte de Schultz-Wenk, assumiu o cargo Rudolf Leiding, um alemão aberto a inovações. Começaria aí a fase de ouro de Piancastelli no design brasileiro. 
O serviço começou com mudanças radicais no projeto original do TL alemão. Ao lado do colega Jota (José Vicente Novita Martins), Piancastelli modificou a traseira de uma Variant e criou formas adotadas apenas no Brasil.
Mas a cultura de importar desenhos ainda prevalecia entre as grandes fabricantes de automóveis e prejudicava o trabalho dos designers brasileiros. Quando Piancastelli quis fazer um substituto para o clássico Karmann-Ghia, a Volkswagen trouxe da Europa o projeto do TC - carro que nunca conseguiu fazer frente ao brasileiríssimo Puma (obra de Rino Malzoni).
Inconformado, Piancastelli começou a trabalhar em um cupê mais arrojado: o SP. Era um carro baixo, com grande área envidraçada e traços muito modernos para a época. A ideia recebeu carta branca de Rudolf Leiding, presidente da VW do Brasil, e foi adiante. Lançado em 1972, o modelo tinha lá seus problemas. Foi apresentado em duas versões: SP-1 (com motor 1.600) e SP-2 (com motor 1.700). A primeira era muito lenta e morreu no nascimento, mas disso Piancastelli não tinha culpa, já que cuidava apenas do design. Outro ponto contra era o calor que fazia na cabine, dado que o para-brisa era muito inclinado. Este VW, o SP-2 chegou a ser chamado de "o Volkswagen mais bonito do mundo".


Nessa época, os departamentos de design das filiais de montadoras eram muito restritos e escondidos. Criações novas eram feitas à sete chaves das matrizes, que permitiam no máximo retoques no desenho.
Com a venda da Vemag para a Volkswagen em 1967, Piancastelli foi para a VW e ali criou seus carros mais famosos juntamente com seu colaborador, José Vicente Martins, o Jota.
Na VW recebe do então presidente, Rudolf Leiding, a tarefa de adaptar um modelo já existente na Alemanha para os padrões brasileiros. Mas a mente criativa de Piancastelli inova, e ao invés de fazer apenas uma perfumaria no 1600 notback alemão, cria, a partir de uma Variant cortada, um fastback de linhas muito mais harmoniosas que o original.  Nasce o 1600 TL. Leiding ficou tão empolgado com o novo carro que sacou seu próprio talão de cheque e deu uma gratificação a equipe de Piancastelli.

TC era muito bonito, mas ainda não satisfazia a VW, assim Piancastelli e equipe começam a trabalhar dois projetos em paralelo. Em 1972 nascia um esportivo capaz de bater o Puma em duas versões de motorização, uma com motor 1600 chamada de SP-1 em homenagem ao estado de São Paulo. O projeto apesar de belo, não vingou devido ao baixo desempenho, e logo foi lançada outra versão com motor 1700 com carburação dupla, batizada de SP-2, que logo depois sucumbiria também pelo mesmo motivo anterior, perdendo o posto para o Passat. 

O carro é até hoje considerado um dos mais belos VW de todos os tempos. Atualmente, é o único modelo não criado pela equipe de designers da Alemanha a estar no museu da marca na sede em Wolfsburg.

Para fazer o desafio do carro médio e espaçoso com mecânica a ar do VW 1600, Piancastelli fez 40 esboços. Pensou na plataforma do Fusca, mas essa era demasiadamente curta. A solução foi usar a da VariantNascia então o grande sucesso: a VW Brasilia. que chegou às concessionárias em 1973. A proposta de Leiding era criar um carro mais espaçoso, iluminado e arejado com a mecânica dos VW a ar, dominante na Volkswagen do Brasil.
Piancastelli, criou uma carroceria de linhas retas, num conceito de carro pequeno por fora e grande por dentro que vinha do inglês Mini.

A Brasilia teve 950 mil unidades vendidas no Brasil e 180 mil no exterior. Quando viajava com a família para Belo Horizonte, Piancastelli percebeu o quanto o motor traseiro, praticamente dentro da cabine, era ruidoso. Chegou a desenhar uma Brasilia II com motor dianteiro mas, a essa época, a Volks já tinha outros planos.
Até onde os alemães permitiram, Piancastelli contribuiu também para o projeto automobilístico de maior êxito no Brasil: a criação da família BX, formada por Gol, Parati, Voyage e Saveiro. Piancastelli deixou a Volkswagen e as atividades automobilísticas em 1992, deixando sua colaboração nos projetos do novo Santana (1991), do Logus, do Pointer e do Gol "Bolinha". Abaixo, o mural em sua casa com seus desenhos: 


Piancastelli passou então, a desenhar eletrodomésticos. Em seus últimos anos de vida, o genial criador teve seu trabalho reconhecido. Participava de reuniões de colecionadores e atendia a pedidos para autografar carrocerias dos automóveis de sua lavra. Na Alemanha, o SP-2 passou a ter lugar de destaque nos dois museus da Volkswagen.

Piancastelli morreu na tarde de ontem (18/6/2015), após anos de luta contra grave enfermidade.

Obrigado Piancastelli, pelas jóias deixadas e descanse em paz .